
José da Rocha Cavalcanti
Compartilho nossa experiência na administração da fazenda, no manejo do gado e na seleção do nelore IRCA com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento de sistemas de produção de carne lucrativos com a utilização racional dos recursos naturais
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O paradoxo do aumento do peso
Todo produtor prefere vender aos frigoríficos bois mais pesados do que bois mais leves. No entanto, aumentar o peso dos bois pode agregar custo à sua produção – e esse custo talvez não seja recompensado nas receitas obtidas.
É claro que, pesos altos causam bons comentários, o paradoxo é que isso irá levar à decepção no balanço final do negócio.
Em outras palavras, animais quando abatidos muito pesados, apresentam menor eficiência (kg de ganho/ kg MS consumida), implicando em maior consumo de alimentos, e consequentemente maiores custos.
Aumentar o peso sem uma remuneração que pague o aumento do custo de produção torna-se um aspecto importantíssimo em termos de competitividade.
Outro ponto que merece atenção, é que ao abater animais com por ex. 21@ são necessários um tempo maior de permanência na pastagem do que os animais abatidos com 16-17@. O total de alimento consumido é da ordem de até 1,8 vezes a mais para produzir essas 4@ a mais.
Se os animais fossem abatidos com 16@, seria possível, com o mesmo custo de alimentação, terminar 2 animais, produzindo mais 16@.
O segredo de uma melhor eficiência pode estar em alojar mais unidades animais com biótipo eficiente (menor custo), produzindo assim mais arrobas no ciclo de suas pastagens. Afinal, o que importa não é tanto o peso vivo por boi, mas as arrobas por hectare. Aqui está o pulo do gato.
Mais do que ouvir que a sua boiada foi topo no dia do abate, o produtor – como bom condutor do seu negócio – quer um rebanho lucrativo.